12 dezembro 2011

Reflexões

Segunda-feira, temos o hábito de começar ou recomeçar qualquer tipo de atividade no primeiro dia do mês, da semana, do ano... que seja. É certo que já estou fazendo planos para iniciar novos projetos para 2012, isso que nem concluí os projetos de 2011. Entretanto, nesta segunda-feira, vou tentar me habituar a escrever  diariamente no blog.

Ando meio desatualizado, visitei poucos blogs e comentei em nenhum. Tem vez que penso que blogs acabaram, principalmente, pois as pessoas andam manifestando suas indignações em vídeos no youtube. É mais rápido, é bem prático, mas acho que não é a mesma coisa: continuo gostando mais de blogs.

Neste tempo em que tive ausente tive a oportunidade de filosofar muito, descobri segredos incríveis sobre a vida, infelizmente não todos, mas o suficiente para ter uma vida muito melhor. E hoje tenho uma vida melhor, sim.

Reflexão, o momento de fecharmos os olhos, e ouvir as reclamações que estão do fundo do pensamento, os pedidos, as suplicas por amor que pedimos para nos mesmos. O certo é fazer amizade consigo, aprender mais sobre si.  E isso realmente funcionou. Reflexão, um dos requisitos importantes para adquirir a tão preciosa felicidade, como diria Epicuro. 

15 julho 2011

Mais uma tempestade.

Hoje eu não queria dormir, queria apenas que a chuva continuasse e me consolasse por mais algum tempo. Eu não quero dormir agora, não ainda, por mais que eu esteja triste, o pior momento é quando ainda não pegamos no sono e triste ficamos até sonhar. Pode ser que o sonho seja ruim também, e quando vê, vem o medo de sonhar. E se eu acordar no meio da noite, tenho medo que não consiga pegar no sono novamente.

Momentos tristes sempre surgem, em meio aos momentos felizes. Não quero que a tristeza me visite muito, sei que ela tem grandes ensinamentos, mas tenho duvidas entre a sabedoria e a felicidade, nem sei se é possível conquistar ambas. Momentos tristes surgem e tenho que passar por esse caminho sozinho, nem sempre as pessoas podem segurar minha mão até que os trovões parem, e nessa noite, ninguém vai segurar, e amanhã ninguém vai perguntar se consegui vencer.

Hoje eu não queria dormir, mas quando deitar a minha cabeça no travesseiro, espero que a chuva venha logo e me console mais um pouco, que lave os meus medos, que lave a minha ansiedade que ouça os meus sussurros. Que chore comigo por algum tempo enquanto sonho com dias melhores não só pra mim, mas para todos que amo.

Hoje eu não queria dormir, não queria escrever estas palavras. Amanha quando o sol nascer, me sentirei cansado e dormir por mais um tempo vou querer. E quando acordar espero estar melhor.  

27 junho 2011

Algumas linhas.

Hoje, um dia frio, extremamente frio na cidade onde moro. Adoro a sensação do frio, desde pequeno.
 Finalmente estou concluindo o meu estúdio musical e focando minhas idéias novamente para a música, que sempre foi o meu escapismo e minha melhor amiga consoladora. Poesias, livros histórias que refletem a minha vida, vai se transformar em música novamente, não por um motivo que eu entenda, mas preciso ser cuidado pela música novamente, que em noites escuras foi minha companheira e me ouviu com paciência sem cobrar nada além do amor que dou para ela com maior prazer.

Vou postar algumas composições no novo blog O escapista, traduzidas já que as letras são feitas em inglês, logo posto alguma música em áudio para vocês que sempre foram atenciosos como forma de presente pelo carinho, e peço desculpas por eu não estar sendo um bom blogueiro, mas logo tudo melhora.
Abraços.

27 abril 2011

Pensamentos positivos.

As vezes imagino como vai ser minha velhice, o final da minha vida. Não sei certamente quantas pessoas estarão comigo, nem sei se minha esposa no futuro também estará. Confesso que tenho medo do que virá, mas o final não me atormenta, pois será respondida a pergunta que mais me intriga, o que há além daqui. Mas o que quero falar não é sobre assuntos sobrenaturais, não mesmo.

Vendo hoje meu avô paterno, tão fraquinho e cansado, me fez refletir um pouco. De fato devemos aproveitar a nossa vida, obviamente com responsabilidade, respeitando o próximo e tentando ao máximo ser a melhor pessoa possível, para si e para com as pessoa. Mas há um momento em que acaba, como tudo na vida, e que tipo de legado vou deixar? Serei um grande músico, serei um grande psicólogo? Ou até mesmo no meio do caminho vou ser algo totalmente oposto, mas terei feito boas ações? Terei sido bom filho, bom irmão, bom amigo...? Serei lembrado por alguém como uma pessoa que fez a diferença? Serei uma pessoa feliz por ter tido uma vida feliz? Viverei feliz com uma esposa que eu ame e que me ama de mesma forma? Serei um bom marido? Serei um bom pai? Meus filhos sentirão orgulho de mim? Meus netos lembrarão de mim com carinho? Meus bisnetos conhecerão minha história?

Pensando tão a frente, da uma sensação de paz, e me mostra que posso mudar meu futuro, me mostra que posso ser feliz da maneira que eu quero e que nada pode me impedir. Não quero dizer que vou fazer tudo que é besteira, ir a festas adoidado me drogar... mas sim fazer a diferença, viver, não resmungar, não maltratar, não ser ruim. Me amar, amar, sonhar, concretizar sem medos. Ter minha família para sempre, ter meus amigos para sempre, não ter vergonha de dizer: amo todos vocês e sou sortudo por terem sido parte da minha vida e por fazer parte de suas. O destino é nós que fizemos, e Deus nos mostra como fazermos da melhor maneira. Se estamos tristes, não é ruim, é apenas um sinal de que estamos fazendo algo errado, e basta sermos sinceros com nós mesmos para concertar o erro. Não é fácil, e por isso vai desistir? Aceita a derrota?

Abraço a todos.                                                                                              

12 abril 2011

Poema do Garoto Morto

Nascido do silêncio, silêncio cheio de si

Um concerto perfeito, meu melhor amigo
Muito pelo que viver, muito pelo que morrer
Se ao menos meu coração tivesse um lar

Cante o que você não pode dizer
Esqueça o que você não pode tocar
Apresse-se para se afogar em lindos olhos
Caminhe dentro de minha poesia, essa música agonizante
Minha carta de amor para ninguém

Nunca suspire por um mundo melhor
Ele já está composto, representado e dito
Todo o pensamento, a música que escrevo
Tudo o que desejo para a noite

Escrito para o eclipse, escrito para a virgem
Morto pela beleza, aquele no jardim
Criou um reinado, alcançou o conhecimento
Falhou em se tornar um deus

Nunca suspire por um mundo melhor
Ele já está composto, representado e dito
Todo o pensamento, a música que escrevo
Tudo o que desejo para a noite

"Se você ler essas linhas, não lembre-se da mão que a escreveu
Lembre-se apenas do verso, o choro sem lágrimas do compositor
Por quem eu tenho dado a força e isso se tornou a minha própria força.
Moradia confortável, colo da mãe, chance para a imortalidade
Onde ser querido se tornou uma emoção que eu nunca conheci
O doce piano escrevendo minha vida"

"Ensine-me a paixão, pois temo que ela tenha partido
Mostre-me o amor, proteja-me da tristeza
Há tanto que eu gostaria de ter dado àqueles que me amam
Eu sinto muito
O tempo dirá (esse amargo adeus)
Eu não vivo mais para envergonhar nem a mim, nem a você

E você... Desejaria não sentir mais nada por você..."

Uma alma solitária...
Uma alma do oceano...

Tuomas Holopainen

01 abril 2011

Autoconhecimento

Poucas vezes paramos para questionar quem somos e como somos de verdade. Há sempre facilidade de julgar as pessoas ou avaliar de forma a discernir quem podemos amar ou não. Então é este o ponto importante para amar uma pessoa? O quanto a conhecemos? Tem muita lógica ou você já amou uma pessoa que não conhece? Onde quero chegar:

Para que possamos amar alguém é preciso a conhecermos muito bem de mesma forma que, para nos amarmos precisamos ter autoconhecimento, conhecendo-nos criaremos a auto-estima.  Quando a auto-estima está baixa surge alguns “sintomas” como: insegurança, inadequação, perfeccionismo, dúvidas constantes, incerteza do que se é, sentimento vago de não ser capaz, de não conseguir realizar nada, não se permitindo errar e com muita necessidade de agradar, ser aprovada, reconhecida pelo que faz e nem sempre pelo que é.
 
Em algum momento de nossa vida, adquirimos um bloqueio impedindo que percebamos aquilo que gostamos em nós, pois podemos ser rotulados de presunção, esnobismo, egocentrismo, por isso a maioria das pessoas tem muito mais facilidade em apontar seus próprios defeitos e dificuldades.  Assim como avaliamos os pontos positivos e negativos de uma pessoa, devemos fazer o mesmo com nós mesmos e sermos completamente sinceros nessa avaliação, pois assim podemos mudar aquilo que nos incomoda e nos faz sofrer e valorizar aquilo que gostamos em nossa personalidade. Caso tenha se identificado com o problema, talvez você esteja precisando aumentar seu autoconhecimento, conseqüentemente elevando a auto-estima.

Você pode fazer um exercício:

  • Escreva dez coisas que você gosta em si mesmo(a).
  • Depois escreva dez coisas que você não gosta em si mesmo(a) ou que gostaria de mudar.
  • Qual lista foi mais fácil de completar?


Continuando o exercício:

  • Observe as listas. Coloque um "i" nas características internas, ou seja, que dependam apenas de você reconhecê-las. E um "e" nas características externas, que dependam da opinião de outras pessoas.

  • Ao fazer o sinal (i ou e), o que você percebe? Há um equilíbrio entre eles ou você tende mais para um lado?


 Se as características externas estiverem em maioria, você dependera demais das pessoas, dependera demais da opinião delas, e quando sua felicidade depende de outra pessoa, ficara facilmente manipulável, dependendo muito mais da aprovação de outros, e nunca de você.  Seu valor estará sempre nas mãos de outra pessoa, precisando delas sempre, lutando incansavelmente por aprovação, por não conhecer e admitir seus valores.  Tudo isso baixará sua auto-estima e você se sentirá incapaz de continuar e abandonará seus sonhos e objetivos.

O mais importante para se obter o autoconhecimento é ser sincero consigo mesmo, avaliando minuciosamente todos os seus aspectos positivos e negativos, não deixando de observar a lista de características internas e externas que acabou de fazer.

Seus valores não podem depender de outra pessoa nem de seu externo, o nosso valor está sempre invisível aos olhos, a beleza é um cartão de visita, seus valores internos farão que você se ame e assim facilitara que ame outras pessoas e elas amem você. Lembre-se só amamos aquilo que conhecemos, se você não se conhece, nunca se amará.




28 março 2011

12 fevereiro 2011

Dilma... Isso explica tudo.


Charge de André Macedo, artista Pelotense. Publicado no Diário Popular no dia de hoje. 

08 fevereiro 2011

Diferentes visões no consultório de oftalmologia.

Hoje em uma visita ao oftalmologista, tive uma conversa muito inteligente e duradoura com o medico. Um senhor aparentando uns setenta anos, dotado de uma grande inteligência e simpatia, diferente de outros médicos que já consultei. Este homem indagou questões que aparentemente não teriam relacionamento com os olhos, cito: felicidade,vida e morte, ética medica e psicologia. A conversa se estendeu por quase uma hora.

Felicidade: Tudo que as pessoas fazem é pensando simplesmente em ser feliz, sendo as vezes subconscientemente. Nossas profissões, nossos momentos de lazer, pretendemos sermos felizes em tudo que fizemos. Obviamente a conquista da tão desejada felicidade é a soma de vários fatores, incluindo relacionamentos sociais e amorosos, uma estabilidade financeira, momentos de lazer, entre outros incluindo particularmente um lado espiritual. Lembrando que a felicidade não é constante – como disse muitas vezes neste blog – e a tristeza é fundamental para a existência da felicidade sendo que sem nunca ficássemos tristes não saberíamos o que é felicidade, além disto a triste ajuda a valorizarmos o estado feliz. Mas continuando: a felicidade é o resultado da soma dos momentos felizes, ou seja, quanto mais momentos de felicidade tiver, mais obviamente a pessoa se sentirá feliz. O mesmo caso se usarmos este modo na tristeza. O detalhe da tristeza, é que ela é sempre mais valorizada que a felicidade, ATENÇÃO: valorizada é diferente de desejada, como é o caso da felicidade. As pessoas nunca muitas vezes deixam de lembrar que tiveram bons momentos por que estão passando por uma fase ruim, pode até se dizer que quando uma pessoa se sente triste da a impressão que ela passou toda a sua vida triste.

Vida e morte: A visão que tenho da morte é algo menos pior do que a doença, obviamente as mais graves. Mas a minha visão não é direcionada á pessoa que morre, pois além de ser uma parte natural da vida, ela não é mais um problema para a pessoa que deixou de viver, e sim acaba sendo um problema para os que ficam a viver. Vejam bem, não me entendam mal, a morte é triste, ficamos tristes, sofremos muito e a menos que você tenha psicopatia você vai sofrer muito pela morte de um ente querido. Mas o sofrer dos que vivem, falando de um modo direto e talvez um pouco grosso, é um ato de egoísmo nosso pois lamentamos que aquela pessoa não estará mais com a gente, não fará mais parte de nossas vidas, não falaremos mais com ela. Falo assim em modo cientifico, físico; funciona assim. Para a pessoa que faleceu (vejam bem, estou falando fisicamente) ela não esta sentindo nada, mas como eu disse: para os que vivem choramos por não termos mais aquela pessoa. Podemos dizer que pensamos em nós neste momento. Para quem tem lado espiritual, sabem que esta pessoa está em um lugar melhor. Em fim, nada do que eu disse muda o fato de que a morte de entes queridos é um dos maiores sofrimentos que pode existir, insuportável. Mas considero muito mais triste, uma pessoa que luta sofrendo constantemente em uma cama de hospital, batalhando para viver mais alguns dias de dor, com uma doença incurável. Entendem meu ponto de vista?

Bom, o post já esta muito extenso, então em um outro momento falo sobre os temas de ética médica e psicologia.
Em suma estas foi minhas conclusões sobre as questões indagadas pelo médico no consultório.

continua. 

06 fevereiro 2011

O pequeno príncipe - Capitulo XXI

E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o
principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita…
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste…
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços…”
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor… eu creio que ela me cativou…
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra…
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:

- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua idéia.

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor… cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto…

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:

- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:



- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.

E as rosas estavam desapontadas.

- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:

- Adeus, disse ele…
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa…
- Eu sou responsável pela minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

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