02 março 2010

O Homem Aranha na Favela.

Nesta manhã, enquanto tomava um café, vi no telejornal as freqüentes reportagens sobre as favelas, não somente da cidade do Rio de Janeiro, mas também, de outras cidades como Porto Alegre. Imaginei como um herói agiria em um cenário destes, então anotei a idéia e alguns amigos riram quando leram as anotações. Resolvi compartilhar com vocês, na realidade é só para descontração. Espero que gostem.
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Parecia ser uma noite comum, tiros e gritos surgiam de todos os lados na favela do castor-morto, a mais perigosa favela do Rio. No topo do morro do Bidó, está o dono da boca, com muito dinheiro, drogas e armas. Na volta da casa, muitos homens fortemente armados.

A polícia não conseguia chegar até o topo do morro do Bidó, foi então que surgiu ele, em meio aos prédios, balançando-se em teias, o homem aranha. Todos olharam perplexos, aplaudiam com vontade. Quando o Herói aproximou-se da entrada da favela do Castor-morto, notou que não havia prédios, não seria possível balançar-se em suas teias. O homem aranha decidiu ir andando. O maior herói de todos, o ídolo das crianças, a paixão das mulheres estava na favela lutando contra as drogas, em pleno Rio; ninguém estava acreditando.

O nosso herói andou com cuidado, pelas estreitas passagens que há entre as casas, de longe viu um homem fortemente armado, e na boca, um cigarrinho do demônio. O homem aranha teve a idéia de saltar nele, mas os espaços eram muito apertados. Subitamente nosso herói é atacado pelas costas, uma mulher o derrubou com uma barra de ferro na cabeça.

― Se liga só na parada que pinto aqui! ― Disse a mulher. ― Os gambe não tiveram corage de subir a parada então chamaram o Aranha.
O nosso herói começou a correr, ele não sabia se estava subindo ou descendo, tropeçou em algumas bicicletas, então, decidiu pular na pequena clareira que enxergou, mas se enredou nos “gato” da TV a cabo. O sentido de aranha o alertou do perigo, mas percebeu que o perigo vinha de todos os lados, ele nunca esteve em uma situação tão estressante.

― Qual é a do cara com a calça atolada? ― Disse uma criança, que estava atrás do nosso Herói.

O homem aranha olhou para trás e percebeu muitas crianças, armadas com metralhadoras, pistolas, e um pequeno garoto que carregava algumas granadas. O nosso herói não pode bater em crianças, o que ele deveria fazer? As crianças não pensaram duas vezes, descarregaram seus cartuchos, na tentativa de acabar com o herói, o trataram com um inseto. Foi em vão, ele ainda estava vivo, mas ele percebeu que a boca não tava boa, resolveu se entregar. O homem aranha foi levado até o topo do morro do Bidó, afinal, era onde ele queria chegar; será que este era seu plano desde o principio?

No topo do morro, o dono da boca gritava e batia no nosso herói.

― Qual é vacilão, tu acha que ta aonde?

O homem aranha nada respondeu, e não por que estava com medo, e sim, por que não fala em Português.

― Não vai falar nada? ― Disse o dono da boca. ― Baixa a calça, seu boiola, que vou te mostrar uma linguagem universal.

O homem aranha entendeu o recado, e saltou pela a janela, caiu em meio à mata, e os cachorros correram atrás dele. O herói correu como o vento, mas foi capturado logo em seguida. Prenderam o homem aranha em meio á muitos pneus, puseram-no gasolina e botaram fogo.
E esta, foi mais uma noite na favela do Castor-morto.


Por: Régis Dutra.

Um comentário:

Wanderley Elian Lima disse...

kkkkkkkkkkkkkkk, quanta imaginação, muito bom mesmo, mostrou a realidade dos morros cariocas de forma bem humorada.
Abração

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